É um momento único. Jamais de repetirá como agora. Uma "viagem", como dizem, sem volta. Ou como dessera certa vez um sábio em rede aberta de televisão. Um certo Roberto Carlos: "(...) um album musical é coisa que agente nunca termina de fato, nós apenas o abandonamos no meio do caminho. Deixamo-lo sem querer, inacabado (...)". Eis a inexata sensação pela qual passa uma banda ou artista na iminência de realizar uma nova empreitada. Essa..."viagem sem volta". Quantos horizontes podem ter se vislumbrado diante de nós? Quantos mares nunca dantes nevegados podem se abrir sem o risco de um naufrágio? Quantos lugares ignotos podem se descortinar sem camuflar possíveis desvios (deslizes)?. Diante de tantas possibilidades só nos resta uma diretiva, o risco. Nos pomos novamente à prova, mais não porque haja o que provar, mais porquê a vida sem o risco se põe deveras arriscada. Lembro-me da saga solitária e um tanto exaustiva que foi a confecção do nosso primeiro trabalho como dupla. Eu e Robson Feoli passamos horas a fio trancafiados num quarto. Desafiamos o mundo e nossas famílias. Acreditamos. Já no dia de hoje pude ouvir de sua boca algo que muito me encorajou: "estamos prontos para iniciar uma fase totalmente nova em nossas vidas". E eu, pensando: "e agora?... estamos mesmo por conta do destino...ou seria do acaso?". Pra tal não há resposta plausível. Apenas a certeza de que abandonaremos o novo projeto em algum ponto ermo do percurso. Bem...mais aí tudo já estará pronto. Para todo sempre. Como há de ser..."sem volta". Que diga o Mestre Roberto.
Alan Pear
Alan Pear
